Tempo de tela na educação: equilibrando tarefas, aprendizado e bem-estar
Na UK Student Solutions Ltd, trabalhamos de perto com estudantes internacionais e suas famílias, e uma das preocupações mais comuns atualmente é o tempo de tela e seu uso excessivo. Para adolescentes e jovens que estudam no exterior, adaptar-se a um novo sistema educacional já é um desafio – equilibrar independência, diferenças culturais e expectativas acadêmicas. Quando adicionamos o aprendizado digital a essa equação, a questão se torna ainda mais urgente: quanto tempo de tela realmente contribui para o aprendizado dos alunos e quando pode se tornar prejudicial?
Esse debate é particularmente relevante no Reino Unido, onde escolas, faculdades e universidades dependem cada vez mais de plataformas digitais para ministrar aulas, propor trabalhos e monitorar o progresso. Para pais, responsáveis e educadores, pode ser difícil saber como apoiar os jovens para que aproveitem a tecnologia de forma produtiva, sem comprometer seu bem-estar.
Por isso, temos o prazer de compartilhar este artigo convidado da professora Tamara Tindall, que analisa se o tempo de tela deve ou não ser uma parte obrigatória das tarefas de casa. Com base em sua experiência em sala de aula, Tamara apresenta os benefícios, os riscos e os cuidados práticos que cada educador e família deve considerar.
O tempo de tela deve ser uma parte obrigatória das tarefas de casa?
Escolas, faculdades e universidades ao redor do mundo estão incorporando, cada vez mais, ferramentas digitais no aprendizado cotidiano. Durante as aulas, isso pode tornar mais fácil atribuir tarefas, corrigir trabalhos e gerenciar a parte administrativa – além de permitir que os alunos tenham acesso a conteúdos personalizados e plataformas de aprendizagem adaptadas às suas necessidades. Mas, depois que o dia escolar termina e os alunos voltam para casa, será que eles ainda deveriam continuar diante das telas como parte do trabalho acadêmico?
Estimular o uso de telas em um contexto acadêmico é um tema controverso. Mas por que deveríamos – ou não deveríamos – tornar esse uso obrigatório? Aqui, analisamos alguns dos benefícios e desvantagens do tempo de tela como parte das tarefas de casa.
Incentivando a conscientização sobre segurança online
Ao atribuir tarefas digitais, professores e pais podem ajudar os jovens a interagir com a tecnologia de maneira positiva e saudável, supervisionando quando necessário. Como sabemos, o mundo online pode ser perigoso – mas, ao permitir que os alunos tenham acesso a ele em um ambiente regulado, podemos ajudá-los a descobrir seus benefícios e riscos, oferecendo suporte ao mesmo tempo.
Adolescentes, em especial, costumam ser atraídos por redes sociais, e a verdade é que poucos jovens passam pela adolescência sem algum tipo de contato online. Com o apoio de pais e responsáveis, alguns educadores podem ir além, incentivando a exploração online como uma tarefa de casa em si – o que pode equipar os jovens com habilidades valiosas de segurança digital e promover discussões sobre como consumir e produzir conteúdos online de forma responsável.
Desenvolvendo habilidades importantes para a carreira
Embora os alunos não precisem, necessariamente, usar telas em todas as tarefas de casa, não há dúvida de que essa prática ajuda bastante na preparação para o mercado de trabalho. Hoje, grande parte das profissões envolve funções digitais, e modelos de trabalho remoto ou híbrido são a nova realidade de muitas empresas. Por isso, vale a pena preparar os estudantes desde cedo para o uso consciente das telas.
Engenheiros, especialistas em TI, contadores, professores e profissionais administrativos passam grande parte do tempo diante de computadores. Somando-se a isso o tempo gasto em deslocamentos diários e momentos de lazer em casa, esse número pode facilmente chegar a 18 horas por dia em frente às telas. Apesar de assustador, esse dado ilustra a importância de preparar a próxima geração para usar a tecnologia de maneira útil – e não prejudicial.

Quanto tempo é demais? E é possível regular?
É claro que existe um limite saudável para o tempo de tela, e cabe aos educadores definir como lidar com isso. O problema de tornar obrigatório é que cada pessoa reage de forma diferente: enquanto alguns conseguem “desligar” após concluir as tarefas, outros podem desenvolver dependência tecnológica ou dificuldade em se desconectar.
É nesse ponto que regras claras, regulamentos e estratégias de proteção devem ser implementados. Por exemplo, os professores poderiam estabelecer apenas uma tarefa obrigatória online por semana, realizada em um dispositivo fornecido pela escola, que seria devolvido após o prazo.
Além disso, o fornecimento de equipamentos pela escola também ajuda a reduzir desigualdades, já que nem todas as famílias têm o mesmo nível de acesso à tecnologia. Algumas crianças têm fácil acesso a computadores, mas isso não é uma realidade universal – e não deve ser tomado como garantido.
O tempo de tela certo, no momento certo
Para certas tarefas acadêmicas, especialmente em faculdades e universidades, simplesmente não é viável excluir as ferramentas digitais – principalmente quando se trata de pesquisas online. Independentemente da instituição, os educadores têm a responsabilidade de garantir que as tarefas propostas estejam alinhadas ao interesse e ao sucesso dos alunos, oferecendo a eles as melhores condições de aprendizagem possível.
Sobre a autora
Tamara Tindall é professora e apaixonada por tecnologia. Gosta de trabalhar em colaboração com outros docentes e pais para garantir que os alunos interajam com telas de maneira segura e responsável.
Na UK Student Solutions, sabemos que o sucesso dos estudantes vai além do desempenho acadêmico — depende também do bem-estar, do equilíbrio e de sistemas de apoio adequados. Para alunos internacionais, administrar o tempo de tela pode ser ainda mais desafiador, já que estão se adaptando a um novo país, a uma nova rotina e às exigências dos estudos independentes. É por isso que nossa equipe trabalha em parceria com famílias, escolas e responsáveis, garantindo que os estudantes não apenas alcancem bons resultados acadêmicos, mas também desenvolvam hábitos saudáveis que os preparem para a vida além da sala de aula. Ao levantar questões como as discutidas no artigo de Tamara Tindall, queremos estimular reflexões que ajudem pais e educadores a tomar decisões mais conscientes em prol da próxima geração de aprendizes.